No domingo, 05 de agosto de 2012,
o Fantástico exibiu uma reportagem sobre homofobia que gerou bastante polêmica.
O foco da reportagem foi sobre violência contra gays principalmente vindas da
família.
Antes da reportagem sobre, o Fantástico exibiu uma
matéria sobre cirurgia de trocas de sexo onde apresentaram diversos gays que
fizeram a cirurgia e afirmaram terem sofrido bullying e preconceito por serem
gays. O psiquiatra Miguel Chalub que afirmou que os homossexuais dizem que são “um
erro de Deus: me deu um corpo de homem, mas minha cabeça, minha alma, minha
motivação, maneira de ser, é tudo de mulher”.
Utilizando-se de dados do relatório da Secretaria
Nacional dos Direitos Humanos de 2011 e dos depoimentos dados em um telefone
disponibilizado pela Rede Globo para ouvir relatos de homossexuais, o
Fantástico exibiu a pequena reportagem de menos de 5 minutos sobre homofobia
afirmando ter gravado cerca 50 relatos em 24 horas. Em um dos relatos um gay
afirmou que “durante três ou quatro anos foram violências constantes. Surras,
meu pai me jogava no chão e batia com os dois pés em cima de mim”, segundo ele
“meu pai falava que ia orar para Deus me matar, para Deus me levar porque ele
não queria ter filho homossexual”.
Embora reportagem fosse sobre homofobia na família,
nem todos os relatos apresentados tinha agressões físicas, algumas eram apenas
sobre pais não aceitavam que os filhos fossem homossexuais. “Eu vejo meus
primos crescendo, meus primos levando as suas respectivas namoradas pra um
encontro de família e eu não poder levar a minha”, disse uma lésbica.
Segundo os dados do relatório da Secretaria
Nacional dos Direitos Humanos a maioria das agressões são das mães. De acordo
com Edith Modesto, presidente do Grupo de Pais de Homossexuais, “um deles
[homossexuais] me falou e eu nunca mais me esqueci. Ele falou ‘Edith, para o
meu maior amigo eu já contei, porque se eu perder o meu amigo, eu posso arrumar
outro. Mas se a mãe não me quiser mais, como eu vou fazer?’”, conta Edith.
Vídeo:
assista a reportagem do Fantástico sobre homofobia na íntegra
Preconceito é a ideia. Discriminação
é a ideia colocada em "prática".
Um exemplo:
em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada
característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um
preconceito.
A partir
do momento que você passa a insultá-los ou qualquer outro tipo de atitude
pejorativa, é a discriminação.
Aprendemos
que o preconceito leva à discriminação, quando deficientes da mente, como os
autistas, são considerados inferiores e excluídos por aqueles que se consideram
“melhores” como acontece em divulgações por jornalistas, principalmente por
autoridades e políticos midiáticos.
O
preconceito e a discriminação variam pela maneira com que cada cronista,
colunista, apresentador de rádio ou televisão se expressa e, principalmente
quando exterioriza o desprezo por determinados grupos portadores de alguma
deficiência, da mente ou não, encontrado em determinada situação.
Discriminação
é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito.
A
discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições, enquanto
que o preconceito, só pelo indivíduo.
A
imprensa, sem generalizar é claro, principalmente a televisão que precisa
manter a sanha comercial mascarada de imparcialidade, não se preocupa com o
conhecimento da causa que leva a reportar.
Um
jornalista, em nome da ética profissional, muitas vezes pressionado pelo manual
de redação e ainda o fantasma do desemprego, embora bem intencionado, acaba
cometendo equívocos lamentáveis por falta de conhecimento, partindo do
princípio de que a sua fictícia missão de bem informar, o impede pelo menos de
saber o significado do que está falando.
Até onde
a internet atingiu ainda se fala da Suzan Boyle, a solteirona escocesa de 47
anos, desempregada, desleixada e desmazelada, que morava sozinha com seu gato e
mais, que nunca teria sido beijada, tornando-se um recorde de audiência
indireto do canal de televisão que a revelou, no mundo inteiro.
Como
assisti ao vídeo várias vezes, observei que ela ao responder sobre sua idade,
disse também que tinha alguma coisa a mais naquele corpo, e balançou, pois não
chegou a rebolar, provocando o espanto inicial aos seus julgadores e o início
da avassaladora onda de repercussão de audiência mundial.
O
exercício de pensamento que fiz a respeito sobre o que Suzan tinha a mais no
corpo importa a mim, mas questiono o modo como o mundo que leio e vejo revelou
e continua debatendo até o esgotamento, seu pensamento a respeito do seu
biótipo e perfil, julgando aparências.
As
discussões de todos os tipos, até onde acompanhei, tiveram como principais
comentários sobre a caloura escocesa, já como vítima de preconceito, idade e
aparência, os seus estereótipos, até com carimbo de alguns jornalistas e
comentaristas bem intencionados exemplificando que nunca devemos julgar um
livro pela capa.
Julgamentos
rápidos são muito perigosos. Suzan diz que “não há nada que se possa fazer a
respeito, é o modo como as pessoas são e como pensam”.
A
Psicologia diz que os “estereótipos são vistos como “um mecanismo necessário
para entendimento da informação".
Por uma
inexplicável falta de conhecimento, como é o que acontece especificamente com o
“autista”, que em nome da cultura do “achismo” algumas pessoas públicas, da
imprensa e principalmente no meio político, por achar a palavra incomum, sem ao
menos buscar a realidade do que é, falam, rotulam e citam pejorativamente
provocando ferimentos difíceis de cicatrizar em quem nada tem a ver com a sua
desinformação.
Rotular
qualquer pessoa, não importa quem, representa ignorância, é um caso de covardia
e crueldade.
Devemos
aprender levar espiritualidade para nossa vida, antes que modismos descartáveis
eliminem até os conceitos de família.
Barack
Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos negros, mas algumas
pessoas contrárias a qualquer tipo de inclusão social, já estão criando um
subtipo de negros - profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo
geral, neutralizando noções preconcebidas como fizeram com caloura Suzan Boyle.
“A
deficiência, não, faz parte da pessoa” porque "se uma pessoa é bonita ou
simpática, as outras riem das piadas dela, e interagem com ela, de uma forma
que facilita a interação social". "Se uma pessoa não é atraente, é
mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a
procuram".
A caloura
já passou a categoria de profissional. Outros discriminados por situações
parecidas foram extintos do meio artístico.
Agora as
preocupações do mundo se voltam para a influenza H1N1, mais conhecida como
"gripe suína".
O porco
que nada tem a ver com resfriado ou gripe, em muitos países está deixando de
ser alimento.
Está
sendo discriminado, banido ou morto. É
preconceito.
Os Diversos Tipos de Preconceito e Discriminação - Escala de Allport
Preconceito:
É um juízo preconcebido, manifestado
geralmente na forma de uma atitude discriminatória que se baseia nos
conhecimentos surgidos em determinado momento como se revelassem verdades sobre
pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de
alguém ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito é a social,
racial e sexual.
Discriminação: Significa “fazer uma distinção”. Existem diversos
significados para a palavra, incluindo a discriminação estatística ou a
atividade de um circuito chamado discriminador. O significado mais comum, no
entanto, tem a ver com a discriminação sociológica: a discriminação social,
racial, religiosa, sexual, étnica ou especista.
Tipos de preconceitos:
Racial, ou Racismo:
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo
de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças
humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que
alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e
determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são
superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de
opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas
entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de
acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e
inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio
de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a
história da humanidade.
Etnocentrismo:
É uma atitude na qual a visão ou avaliação de um
grupo sempre seria baseada nos valores adotados pelo seu grupo, como
referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e
preconceituosa. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico
sendo considerado como superior a outro.
Não existem grupos superiores ou inferiores, mas
grupos diferentes. Um grupo pode ter menor desenvolvimento tecnológico (como,
por exemplo, os habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas,
na África e na Oceania) se comparado a outro, mas, possivelmente, é mais
adaptado a determinado ambiente, além de não possuir diversos problemas que
esse grupo “superior” possui.
A tendência do homem nas sociedades é de repudiar
ou negar tudo que lhe é estranho ou não está de acordo com suas tendências,
costume e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que “transgredia”
toda a lei e costumes da época, é etimologicamente semelhante ao homem selvagem
na sociedade ocidental.
Sexismo:
É a discriminação ou tratamento indigno a um
determinado gênero, ou ainda a determinada identidade sexual.
Existem duas assunções diferentes sobre as quais se
assenta o sexismo:
Um sexo é superior ao outro.
Mulher e homem são profundamente diferentes (mesmo
além de diferenças biológicas), e essas diferenças devem se refletir em
aspectos sociais como o direito e a linguagem.
Em relação ao preconceito contra mulheres,
diferencia-se do machismo por ser mais consciente e pretensamente
racionalizado, ao passo que o machismo é um muitas vezes um comportamento de
imitação social. Nesse caso o sexismo muitas vezes está ligado à misoginia
(ódio às mulheres).
Machismo ou chauvinismo masculino, é a crença
de que os homens são superiores às mulheres.
A palavra “chauvinista” foi originalmente usada
para descrever alguém fanaticamente leal ao seu país, mas a partir do movimento
de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser usada para descrever os
homens que mantém a crença na inferioridade da mulher, especialmente nos países
de língua inglesa. No espaço lusófono, a expressão “chauvinista masculino” (ou,
simplesmente, “chauvinista”) também é utilizada, mas “machista” é muito mais
comum.
Machistas:
São por vezes postos em oposição ao feminismo. No
entanto, a crença oposta ao machismo é a da superioridade feminina e, embora
alguns masculistas possam pensar que essa é a definição de feminismo,
geralmente não se considera esta ideia correta. Alguns machistas tendem ainda a
ofender-se por desigualdades de gênero favoráveis às mulheres.
Femismo é um neologismo e seu significado
possui uma carga ideológica muito grande. É uma expressão que hipoteticamente
significaria um conjunto de ideias que considera a mulher superior ao homem, e
que, portanto, deveria dominá-lo. Como um machismo às avessas.
A criação e o uso da palavra “femismo” supõe-se que
foi uma forma encontrada pelas feministas para denominar os preconceitos ao
sexo masculino praticados por outras feministas dentro do movimento social
feminista. Essas feministas que pregam o preconceito contra o sexo masculino
são consideradas por outras feministas como “femista”.
Preconceito lingüístico é uma forma de
preconceito a determinadas variedades lingüísticas. Para a lingüística, os
chamados erros gramaticais não existem nas línguas naturais, salvo por
patologias de ordem cognitiva. Ainda segundo esses lingüistas, a noção de
correto imposta pelo ensino tradicional da gramática normativa originam um preconceito
contra as variedades não-padrão.
Homofobia:
É um termo criado para expressar o ódio, aversão ou
a discriminação de uma pessoa contra homossexuais ou homossexualidade.
Transfobia é a aversão a pessoas trans
(transexuais, transgêneros, travestis) ou discriminação a estes.
A transfobia manifesta-se normalmente de forma mais
reconhecida socialmente contra as pessoas trans adultas, quer sob a forma de
opiniões negativas, quer sobre agressões físicas ou verbais. Manifesta-se
também muitas vezes de forma indirecta com a preocupação excessiva em garantir
que as pessoas sigam os papéis sociais associados ao seu sexo biológico. Por
exemplo, frases como “menino não usa saia” são, em sentido lato, uma forma de
transfobia.
A transfobia é também muitas vezes combinada com
homofobia quando é feita a associação entre homens femininos e
homossexualidade, partindo do princípio – equivocado – de que todos os
homossexuais são necessariamente femininos e que ser homem efeminado é algo de
negativo.
Heterossexismo é um termo relativamente recente
e que designa um pensamento segundo o qual todas as pessoas são heterossexuais
até prova em contrário.
Um indivíduo ou grupo classificado por
heterossexista não reconhece a possibilidade de existência da homossexualidade
(ou mesmo da bissexualidade). Tais comportamentos são ignorados ou por se
acreditar que são um “desvio” de algum padrão, ou pelo receio de gerar
polêmicas ao abordar determinados assuntos em relação à sexualidade.
Apesar de poder ser considerada como uma forma de
preconceito, se diferencia da homofobia por ter como característica o ato de
ignorar manifestações sexuais geralmente minoritárias (as situações homofóbicas
não só não ignoram como apresentam aversão).
Xenofobia é o medo natural (fobia, aversão) que
o ser humano normalmente tem ao que é diferente (para este indivíduo).
Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao
medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente.
Xenofobia é ainda usado em um sentido amplo
(amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a qualquer forma de
preconceito, racial, grupal (de grupos minoritários) ou cultural. Apesar de
amplamente aceito, este significado gera confusões, associando xenofobia a
preconceitos, levando a crer que qualquer preconceito é uma fobia.
Chama-se comumente chauvinismo à crença narcisista
próxima à mitomania de que as propriedades do país ao qual se pertence são as
melhores sob qualquer aspecto. O termo provém da comédia francesa La Cocarde
Tricolore (”O Tope Tricolor”), dos irmãos Cogniard, na qual um ator chamado
Chauvin personifica um patriotismo exagerado.
Chauvinismo:
O chauvismo resulta de uma argumentação falsa ou
paralógica, uma falácia de tipo etnocêntrico ou de ídola fori. Em retórica,
constitui alguns dos argumentos falsos chamados ad hominem que servem para
persuadir com sentimentos em vez de razão quem se convence mais com aqueles que
com estes. A prática nasceu fundamentalmente com a crença do romantismo nos
“caráteres nacionais” (ou volkgeist em alemão). Milênios antes, no entanto, os
antigos gregos já burlavam de quem se convencia de que a lua de Atenas era
melhor que a de Éfeso.
Preconceito social:
É uma forma de preconceito a determinadas classes
sociais.
É uma atitude ou ideia formada antecipadamente e
sem qualquer fundamento razoável; o preconceito é um juízo desfavorável em
relação a vários objetos sociais, que podem ser pessoas, culturas. O
preconceito social também existe quando julgamos as pessoas por atitudes e logo
enfatizamos que a mesma só a teve a atitude por ser de certa classe social, ou
seja se a pessoa tem uma boa condição financeira ela não vai sofrer nenhum tipo
de preconceito social, seria mais fácil ela ter preconceito para com as outras
pessoas.
Estereótipo:
É a imagem preconcebida de determinada pessoa,
coisa ou situação.
Estereótipos são fonte de inspiração de muitas
piadas, algumas de conteúdo racista, como as piadas de judeu, que é retratado
como ávaro, português (no Brasil), como pouco inteligente, etc. O estereótipo
pode estar relacionado ao preconceito.
Existe uma maneira de medir o preconceito de uma
sociedade:
Escala de Allport
É um método para medir o preconceito numa
sociedade. Também é conhecida por Escala de Preconceito e Discriminação de
Allport ou Escala de Preconceito de Allport. Ela foi descrita pelo psicólogo
Gordon Allport em seu livro The Nature of Prejudice (1954). A Escala de
Allport vai de 1 a 5.
Nível 1 – Antilocução
Antilocução significa um grupo majoritário fazendo
piadas abertamente sobre um grupo minoritário. A fala se dá em termos de
estereótipos negativos e imagens negativas. Isto também é chamado de incitamento
ao ódio. É geralmente vista como inofensiva pela maioria. A antilocução por si
mesma pode não ser danosa, mas estabelece o cenário para erupções mais sérias
de preconceito. Por exemplo, piadas sobre portugueses (no Brasil), brasileiros
(em Portugal), negros, japoneses, gays etc.
Nível 2 – Esquiva
O contato com as pessoas do grupo minoritário passa
a ser ativamente evitado pelos membros do grupo majoritário. Pode não se
pretender fazer mal diretamente, mas o mal é feito através do isolamento.
Nível 3 – Discriminação
O grupo minoritário é discriminado negando-lhe
oportunidades e serviços e acrescentando preconceito à ação. Os comportamentos
têm por objetivo específico prejudicar o grupo minoritário impedindo-o de
atingir seus objetivos, obtendo educação ou empregos etc. O grupo majoritário
está tentando ativamente prejudicar o minoritário.
Nível 4 – Ataque Físico
O grupo majoritário vandaliza as coisas do grupo
minoritário, queimam propriedades e desempenham ataques violentos contra
indivíduos e grupos. Danos físicos são perpetrados contra os membros do grupo
minoritário. Por exemplo, linchamento de negros nos Estados Unidos da América,
pogroms contra os judeus na Europa, e a aplicação de pixe e penas em mórmons
nos EUA dos anos 1800.
Nível 5 – Extermínio
O grupo majoritário busca a exterminação do grupo
minoritário. Eles tentam liquidar todo um grupo de pessoas (por exemplo, a
população dos índios norte-americanos, a Solução Final para o Problema Judeu, a
Limpeza Étnica na Bósnia etc).
Fonte: Wikipedia
Postado por: Ana Cláudia
Foelkel Simões
Psicóloga Clínica e Terapeuta
(11)97273-3448