quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Medo de falar em público


Também conhecido como glossofobia, o desconforto ao se apresentar para uma plateia pode ser trabalhado em terapia. Mas algumas atitudes práticas ajudam a contorná-lo

Sentir que esta tremendo e os outros percebem. Só pensa no que vão achar, fica nervoso e até te dá ‘branco’. Assim algumas pessoas descrevem alguns dos sintomas de um dos problemas mais comuns da população, segundo pesquisa de 2010 feita pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos: o medo de falar em público.
Os principais motivos, à primeira vista, estão intimamente ligados à insegurança e ao medo de não atender as expectativas alheias. Porém, a raiz do problema pode ser mais profunda. A autoestima e autoimagem, ligadas à própria identidade, têm relação direta com a questão do imaginário. A partir do momento em que se está diante de um público, aquilo que se refere às inseguranças e frustrações é potencializado.
Podendo também, esse sentimento, ser derivado de um histórico de punições. Situações em que a pessoa se viu expressando seus sentimentos e sofreu algum tipo de repressão, e criam um evento traumático, ela passa a temer a opinião das pessoas.
Conhecido como glossofobia, esse receio em se apresentar pode ter um efeito negativo em várias áreas. Causa danos na vida profissional, pois somos cada vez mais solicitados a mostrar o que possuímos e essa ausência faz com que haja a perda no espaço profissional. Também surgem dificuldades em relacionamentos interpessoais. Não mostramos quem somos e o que queremos, e acabamos nos anulando.
Apesar disso, o estresse causado por falar em público é natural do ser humano, como uma reação instintiva. Não é algo que se deva combater, mas sim aprender a conviver. “Nós sempre achamos que as pessoas enxergam mais do que elas realmente veem em nós. Isso nos leva a uma atitude de defesa para evitar a transparência. Este é o mesmo comportamento que, inconscientemente, nos leva a procurar as mesas próximas às paredes nos restaurantes ou a evitar sentar com as costas voltadas para a porta”, exemplifica Mario Persona, palestrante e autor de sete livros, entre eles “Dia de Mudança” (Editora Landscape).
É preciso um processo de autoconhecimento, tanto dos defeitos quanto das qualidades individuais, para encontrar a melhor forma de lidar com o próprio medo de se apresentar em público. Também é importante “descolar” nossos próprios rótulos. Muitas pessoas são rotuladas de coisas que elas não são, como preguiçosas ou ignorantes, e passam a se enxergar desse jeito.
Na prática
Mas, às vésperas de uma apresentação em público, algumas atitudes práticas podem ajudar. Alguns dias antes, experimente gravar o seu discurso e ouvi-lo depois. Isso ajuda a identificar quais entonações podem ser melhoradas, e como passar a mensagem de maneira clara. Ao ouvirmos uma gravação estamos ouvindo como realmente soa a nossa voz, já que ao falarmos o som chega aos nossos ouvidos alterado pela ressonância da caixa craniana”, explica Persona.

Se possível, fazer uma visita prévia ao local. Assim o orador, além de se familiarizar com o espaço, também presta atenção em possíveis obstáculos que podem atrapalhar na hora do discurso, como degraus e fios soltos.

Falar na frente de um espelho é eficiente para memorizar o discurso. No entanto, não é tão eficaz para o treinamento da fala. O verdadeiro medo é estar diante do outro e ser observado. Falar na frente do espelho não passa a verdadeira sensação de estar em pé, falando para um grupo.

Na hora da apresentação, todos os especialistas recomendam: comece respirando de maneira correta, levando o ar para a barriga. Quando ficamos ansiosos, a psique associa o momento a uma situação de perigo e a respiração fica curta. É preciso controlar essa afobação.

É importante mostrar determinação e confiança ao entrar no palco - mesmo que você não se sinta nem um pouco confiante. Uma entrada mais agressiva cria confiança no orador
.
Uma boa técnica é falar segurando algo: pode ser um botão, ou um clipe de papel dentro do bolso. Esse gesto dá mais segurança, pois funciona como uma espécie de apoio em um território desconhecido. “Como o medo é causado por insegurança, existe em nós certo alívio quando podemos segurar em alguma coisa”, exemplifica Persona.
Para lutar contra a perda de memória, o famoso ‘branco’, o escritor dá duas dicas. A primeira é relaxar e manter na mente que, de todas as pessoas que estão ouvindo, provavelmente uma só conheça o discurso. Logo, ninguém vai saber se o apresentador errou ou não.

A segunda é anotar as palavras-chave do discurso em algum lugar. Não há problema em ler durante a apresentação; só não se esqueça de escrever como deve ser dito. Faça suas anotações em uma apresentação de Power Point ou em pequenos cartões de fácil manuseio. “Nunca se deve usar uma folha inteira de papel, pois o tremor das mãos é amplificado e percebido pelo balançar da folha, e mesmo ao segurar os cartões o melhor é fazê-lo com as duas mãos para evitar este efeito”, indica Mário Persona.

Caso se sinta muito exposto, uma estratégia interessante: crie um personagem e se apresente como ele. Essa criação de uma nova identidade atenua a sensação de exposição. É como atuar: não é você que está ali e sim alguém mais seguro ou falante.

Um bom orador é aquele que tem presença de palco e abordagem natural do tema. Para fugir do artificialismo na hora da fala, comece contando algum fato ou história trivial. Esse artifício ajuda na hora de iniciar a fala sobre o tema de maneira segura e fluída.

Encare os participantes apenas se sentir segurança para tal. Olhar nos olhos dos ouvintes e depois desviar olhando para baixo transparece insegurança, fazendo com que a credibilidade do que está sendo dito seja questionada. Caso não se sinta apto a fazer isso, imagine que existe uma fileira após a última linha de ouvintes e fale olhando para lá.

A energia que você passa para a plateia é fundamental, assim como a que recebe de volta. Desvie dos olhares negativos e procure encontrar nos ouvintes aqueles que parecem mais felizes e concordam com o que está sendo dito. “Falar em público é uma atividade que depende não só de quem fala, mas também de quem ouve. Existe uma simbiose entre ambos”, finaliza o palestrante Mário Persona.

Fonte: Bianca Castanho - iG São Paulo 

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões - Psicóloga - (11) 97273-3448

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

STRESS INFANTIL


Para melhor entendermos o Stress na criança, vamos ao conceito de Stress. (por Marilda Lipp).

QUE É STRESS?

Stress é uma reação do organismo com componentes psicológicos, físicos, mentais e hormonais. Ele ocorre quando surge a necessidade de uma grande adaptação a um evento ou uma situação de importância. Este evento pode ser algo negativo ou positivo.


Stress negativo: é o stress em excesso. Ocorre quando a pessoa ultrapassa seus limites e esgota sua capacidade de adaptação. O organismo fica destituído de nutrientes e a energia mental fica reduzida. A produtividade e a capacidade de trabalho ficam muito prejudicadas. A qualidade de vida sofre danos. Posteriormente, a pessoa pode vir a adoecer.



Stress positivo: é o stress em sua fase inicial, isto é, a “fase de alerta”. O organismo produz adrenalina que dá ânimo, vigor e energia, fazendo a pessoa produzir mais e ser mais criativa. Ela pode passar por períodos em que dormir e descansar passa a não ter tanta importância. É a fase da produtividade. Ninguém consegue ficar em alerta por muito tempo, pois o stress se transforma em excessivo quando dura demais.



Stress ideal: é quando a pessoa aprende o manejo do stress e gerencia a “fase de alerta” de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e sair de alerta. O organismo precisa entrar em homeostase* após uma permanência em alerta para que se recupere. Não há dano em entrar de novo em alerta após a recuperação. Doenças começam a ocorrer se não há um período de recuperação, pois o organismo se exaure e o stress fica excessivo devido a algum evento estressor forte demais ou porque se prolonga em excesso.



* Propriedade auto-reguladora de um sistema ou organismo que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis essenciais ou de seu meio ambiente.



STRESS EM CRIANÇAS 

O stress é uma reação do organismo frente a situações muito difíceis, ou muito excitantes, que também pode ocorrer em crianças de qualquer idade. Ele pode se manifestar em meninos e meninas através de sintomas físicos ou psicológicos. Frequentemente os pais não sabem reconhecer que seu filho está estressado.
Crianças que não conseguem saber claramente o que estão sentindo acabam se passando por malcriadas ou birrentas, quando na verdade estão sofrendo a ação nefasta do stress excessivo.

O que pode causar o stress em crianças:

- Morte na família;
- Brigas constantes entre os pais;
- Separação dos pais;
- Mudança de cidade ou escola;
- Escolas ruins;
- Professores inadequados;
- Atividades em excesso;
- Viagens longas;
- Nascimento de irmãos;
- Doenças;
- Hospitalização.


“ Uma questão importante e bastante atual é a sobrecarga que as crianças tem de múltiplas atividades. Os pais querem que as crianças aprendam tudo ao mesmo tempo. Não podem deixá-la aprender inglês depois, tem que ser agora, com cinco anos, por exemplo. Não sobra tempo para brincar. O que a gente deduz é que a vida moderna está causando um impacto grande na vida das pessoas. CRIANÇA PRECISA BRINCAR !!!


E um dos aspectos que está causando muito impacto é a globalização. Porque de repente vemos, dentro de casa, tudo o que se passa no mundo. Se há uma matança num lugar distante, as pessoas ficam sabendo de imediato. Entramos em contato com tudo de ruim que acontece no mundo todo. Outro aspecto da globalização que causa bastante estresse é a mudança de valores. Acabamos tendo contato com valores muito diversos dos nossos.

Aquele mundinho no qual se vivia protegido, que era conhecido, agora está ultrapassado. Fica uma situação complicada, pois nos perguntamos quais são de fato nossos valores; o que é certo e o que é errado.” Lipp, Marilda.

Como ajudar:

Tente identificar o que está estressando a criança. Se possível, diminua a pressão que ela está sofrendo;

Não a poupe em demasia. Criança que é muito protegida não desenvolve imunidade ao stress;
O stress deve ser proporcional à idade e ao amadurecimento da criança;
Quando não for possível protegê-la do stress excessivo (como no caso de morte na família, mudança de cidade etc.), é necessário fortalecer a criança para lidar com a situação da melhor maneira possível.
Quando não for possível protegê-la do stress excessivo (como no caso de uma morte na família, mudança de cidade, etc.) necessário se torna fortalecer a criança para lidar o melhor possível com a situação. A ação da psicologia pode ser bastante eficiente nesses casos.


AVALIAÇÃO DE STRESS EM CRIANÇAS:

Stress, uma reação do organismo frente a situações ou muito difíceis ou muito excitantes, pode ocorrer em crianças também. E mais, ele pode aparecer tanto em meninos como em meninas de qualquer idade.

O stress pode se manifestar através de sintomas físicos ou psicológicos e muito frequentemente os pais não sabem reconhecer que seu filho está estressado.
Quantas vezes a criança, que não consegue saber claramente o que está sentindo, passa como sendo malcriada ou birrenta quando na verdade ela está sofrendo a ação nefasta do stress excessivo.


Aprenda a reconhecer os sintomas de Stress em Crianças:

Sintomas Físicos
* dor de barriga

* diarréia
* tique nervoso
* dor de cabeça
* náuseas
* hiperatividade
* enureses noturna
* gagueira
* tensão muscular
* ranger de dentes
* falta de apetite
* mãos frias e suadas


Sintomas psicológicos do stress infantil
* terror noturno
* introversão súbita
* medo ou choro excessivo
* agressividade
* impaciência
* pesadelos
* ansiedade
* dificuldades interpessoais
* desobediência
* insegurança
* hipersensibilidade


Vale lembrar que nenhum destes sintomas isolados pode ser interpretado como sinal de stress.
É importante verificar se vários sintomas estão ocorrendo juntos. O stress não tratado e prolongado pode levar a uma série de doenças e problemas de adaptação, inclusive na escola.


Além disso, a criança que não aprende a lidar com a tensão, quase sempre se torna um adulto vulnerável ao stress, por isso, é sempre melhor aprender a lidar com os problemas quando se é ainda bem jovem, embora na idade adulta também possa se adquirir técnicas de controle do stress.

Fonte: Marilda Lipp

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões - Psicóloga - (11) 97273-3448