sexta-feira, 24 de maio de 2013

EPILEPSIA

Entendendo a epilepsia:

A epilepsia é um distúrbio comum a várias doenças, originado no cérebro, no qual uma predisposição do indivíduo resulta em instabilidade dos impulsos elétricos gerados em determinada região do cérebro. Na verdade, é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição e indicam que, por algum motivo, um agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira hiperexcitável. Uma crise representa um momento de alteração temporária e reversível do funcionamento da área do cérebro afetada pela epilepsia. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro passa a emitir impulsos incorretos, que podem ficar restritos a esse local (crise parcial) ou se espalhar por áreas vizinhas (crise generalizada). Isso pode gerar manifestações clínicas, ou seja, crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais), ou totais (se essa desorganização ocorrer nos dois hemisférios). Na grande maioria dos casos, as crises desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que se repitam de tempos em tempos. Crise que dura mais de cinco minutos ou crises recorrentes indicam uma situação de emergência neurológica conhecida como estado do mal epilético. Nesse caso, o paciente, precisa de atendimento médico imediato.


A epilepsia - que atinge cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo - ainda é mal entendida de uma forma geral, e seus portadores são por vezes, alvo de preconceito. No entanto, o tratamento dessa doença é um dos que apresentam maior sucesso dentro da neurologia e uma pessoa com epilepsia deve ter uma vida normal.
Muitas vezes a causa da epilepsia é desconhecida. Em alguns casos ela pode ter origem após traumatismos graves na cabeça - recentes ou não, por problemas na hora do parto, podem ser decorrentes do abuso de álcool ou drogas ou surgir após tumores no cérebro ou outras doenças neurológicas. Seja como for, o risco de crises no período em que se faz uso correto da medicação prescrita pelo médico é menor, quando também há uma clara melhora da qualidade de vida dos pacientes. É importante procurar auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado.


Diagnóstico:

Para caracterizar a epilepsia, é indispensável haver recorrência espontânea das crises com intervalo de no mínimo 24 horas entre elas. Um episódio único não é indicativo da síndrome. Ouvir a história do paciente e o relato das pessoas que presenciaram a crise também ajuda a determinar o diagnóstico. Além disso, é preciso certificar-se de que não existe nenhum fator precipitante da crise, seja tóxico, seja provocado por alguma outra doença.

Quais São os Sintomas?


Os sintomas da epilepsia variam conforme as áreas do cérebro que são afetadas, sendo divididas em crises generalizadas e crises parciais.
A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". É uma crise generalizada porque envolve todas as áreas do cérebro. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo, morder a língua, ter salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.
A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração (questão de segundos), muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores. Também é considerada uma crise generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na puberdade.
Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. A crise se inicia em uma área do cérebro. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é a chamada crise parcial complexa. Porém, se a atividade elétrica se espalhar para outras áreas do cérebro, ela pode se tornar uma crise generalizada.

Seguindo o tratamento recomendado pelo médico:

Para efetivo controle da epilepsia será preciso seguir todas as orientações médicas e psicológicas. Estas muitas vezes incluem, além de tomar a medicação prescrita de forma contínua, adotar algumas mudanças no estilo de vida e aderir a psicoterapia. A disciplina é a melhor receita para sua qualidade de vida.

Aderindo ao tratamento:

A adesão ao tratamento é fundamental para o gerenciamento de uma doença crônica. Muitos pacientes interrompem o tratamento de longo prazo de sua doença à medida que esta é controlada. No entanto, essa atitude pode representar risco à saúde, como o retorno dos sintomas, o aparecimento de complicações e, em alguns casos, o surgimento de resistência ao medicamento. Lembre-se de que seguir as recomendações médicas e psicológicas continuamente, tomando a medicação, mudança de estilo de vida e psicoterapia, significa ter sua condição controlada, o que lhe permite, na maioria das vezes, manter uma vida normal e ativa.
O tratamento da epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, a fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente.
Antigamente se acreditava que a associação de vários remédios ajudaria a obter melhores resultados, mas ficou provado que esse tipo de conduta é inadequado porque favorece o acúmulo dos efeitos colaterais.
O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular da medicação por algum tempo, não necessariamente por toda a vida. Ele precisa entender sua condição, saber que medicação está usando e quais são seus efeitos colaterais.
Enquanto toma o remédio – um só – que é fornecido pelo Ministério da Saúde ou pela Unidade Básica de Saúde, é importante manter o acompanhamento médico regular para controle, mudança no estilo de vida e aderir a psicoterapia, podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Recomendações:

* Não deixe de tomar a medicação sob nenhum pretexto. Da adesão ao tratamento, depende o controle das crises e, consequentemente, a qualidade de vida;
* Não interrompa as visitas ao médico enquanto estiver tomando o medicamento. É preciso evitar que possíveis efeitos colaterais possam ser atribuídos erroneamente à epilepsia. No entanto, caso eles ocorram, há como ajustar a dose ou trocar o medicamento por outro;
* Não reduza a dose do remédio prescrito pelo médico por conta própria. O controle das crises depende do uso contínuo da dose adequada para o seu caso;
* Não se preocupe. O fato de pai ou mãe serem portadores de epilepsia não aumenta o risco de o filho nascer com o distúrbio. A possibilidade é semelhante à dos casais que não apresentam a síndrome;
* Procure assistência médica para avaliação, mesmo que a crise epilética tenha sido uma só e de curta duração;
* Mantenha a calma diante de uma pessoa com crise do tipo convulsivo que geralmente dura poucos segundos ou minutos e passa sozinha. Enquanto ela está se debatendo, apoie sua cabeça para evitar um trauma e vire seu rosto de lado para eliminar o acúmulo de saliva ou para impedir que se asfixie com o próprio vômito. É preciso ficar claro que ela jamais conseguirá engolir a língua, um músculo que também se contrai durante a crise por causa da contratura muscular generalizada característica da epilepsia. O máximo que pode acontecer é o paciente mordê-la e feri-la, mas ela cicatrizará sem problemas depois. Portanto, não coloque colheres, cabos de garfos ou qualquer outro objeto na boca do doente;
* Não restrinja os movimentos da pessoa que está recobrando a consciência, pois parece, confusa e sonolenta depois de uma crise;
* Não tenha medo nem preconceitos. Epilepsia não é uma doença contagiosa, nem é sinal de loucura.



Ana Cláudia Foelkel
Psicóloga - CRP: 06/86466
Jundiaí e Região
(11) 97273-3448

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