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quarta-feira, 5 de março de 2014

Brincar é Preciso

- Poucas coisas terão tanta importância para o desenvolvimento de uma criança, como o ato de brincar.


Podemos ser levados a pensar que o jogo não passa de um modo de passar o tempo, mas é inequivocamente, muito mais que isso. O jogo surge-nos como a mais espontânea atividade infantil, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das diversas facetas da personalidade.
A função do jogo é autoeducativa. É através dele que a criança cresce e evolui para a adolescência e para a maturidade.

- Psicomotricidade e atividade intelectual

O brinquedo favorece o gesto, a coordenação de movimentos e o controlo. Ao jogar (bolinha de gude), por exemplo, as crianças tentam adquirir alguma precisão ao nível do toque, para que não percam. Esta precisão é de extrema importância para a coordenação motora.

Ao mesmo tempo, a atração pela cor ou pela forma, a sua correta utilização e, em alguns jogos didáticos, a possibilidade de seriação (do maior para o menor; encaixes de cores e tamanhos distintos), permite favorecer o desenvolvimento de formas de pensamento cada vez mais complexas.

A criança aprende a conhecer, armazena dados na memória e estuda a relação causa-efeito. Deste modo encontra novas estratégias para solucionar problemas e aprende a controlar emoções. 


- Segurança e afeto

O brinquedo assume nesta área um significado muito forte. Movido por forças mágicas, permite um tipo de relação afetiva cujo efeito pode ser muito tranquilizador. Todos nós conhecemos crianças que dormem agarradas a bonecos de pelúcia, porque estes lhes transmitem segurança e afeto.

Substitui-se, simbolicamente, a mãe e, deste modo, consegue-se reencontrar um equilíbrio interno. A intensidade da relação estabelecida entre as crianças e os brinquedos, pelo significado aliado à possibilidade de descarregar emoções/sentimentos, funciona muitas vezes como processo espontâneo de psicoterapia.


A criança atira o boneco ao ar, bate-lhe, arranca-lhe os cabelos, como forma de expandir uma raiva interior que seria muito nociva se continuasse a ser interiorizada. Os pais preocupam-se quando a criança está brincando com um amiguinho e diz frases do tipo “te matei”, “vou te dar um tiro”, mas estes momentos são de extrema importância porque assim pode estar arrumando  internamente conflitos que existem dentro de si.

Não nos podemos esquecer de transmitir às crianças a ideia de que o mundo que nos cerca é pleno de coisas boas. Existem fadas e príncipes, mas também bruxas e madrastas.

Este é um momento em que a sua agressividade é expandida e exorciza as coisas más que existem dentro dela. Se a criança puder encarnar o lobo mau, mas também o chapeuzinho vermelho, irá ter possibilidades de se tornar um adulto equilibrado que, perante as situações adversas saberá encontrar soluções sensatas.

- Aprender regras

Ao partilhar com os outros as diversas atividades lúdicas, a ter necessidade de respeitar regras, assumir de diversos papeis e respeitar os participantes no jogo. A criança adquire assim regras do comportamento humano e elabora o seu próprio processo de socialização.

Deste modo, percebe que existe o outro e que existem leis que é preciso respeitar para que as coisas corram bem. “Agora é a minha vez”, “ganhei e você  perdeu” “eu estou na sua frente com três pontos”, tudo isto transmite à criança a ideia de que é necessário respeitar os outros para que seja possível manter uma boa convivência.

- Educar através do jogo

Também na educação, o brincar ocupa um espaço vital. As crianças pequenas, aprendem muito melhor quando associam o ato de aprender ao prazer do jogo. Se só transmitirmos a ideia, elas não vão aprender tão facilmente como se a associarmos a um jogo.

Aí o conceito vai ser imediatamente absorvido. Esta questão é fundamental, porque podem-se fazer imensos trabalhos com crianças, usando o jogo como instrumento. Por exemplo, a educação ambiental tem passado muito por programas em que o jogo tem o papel fundamental.

Ensinar as crianças a aproveitarem a sucata e com ela construírem os seus brinquedos é extremamente fácil, porque imediatamente uma rolha se transforma num extraterrestre e uma garrafa numa nave espacial.

Para ela representa isso mesmo e livra-se das limitações dos brinquedos já pontos e feitos em série. Apresentar vários materiais é estimular a imaginação. É sempre preferível os jogos de construção ou então brinquedos muito simples – bonecas de trapo, por exemplo.

As crianças perdem rapidamente o interesse por brinquedos sofisticados, uma vez que a sua utilização os esgota com rapidez.

Os bebés apreciam cores e sons

Quanto mais intimidade estiver com a criança, mais os pais conseguem saber o que mais lhe agrada. A cor, textura, versatilidade e simplicidade, são fatores importantes na escolha do brinquedo.

Além disso, tem que se ter sempre presente a idade da criança que se for muito pequena, irá ter tendência para levar tudo á boca e os perigos com os brinquedos que possuam elementos pequenos, aumentam.

Se bem que as crianças já demonstrem interesse pelo jogo antes dos três anos, o fato é que é depois desta idade que tudo assume outra forma. Nos primeiro três meses, os brinquedos sonoros são os mais apreciados. O movimento, o colorido dos mobiles, a música das caixinhas, os bonecos de pelúcia, são os preferidos.

- Jogos de faz-de-conta

Por volta dos 2 anos, surgem os jogos simbólicos. Deste modo a criança consegue realizar os seus desejos e resolver os seus conflitos por intermédio dos brinquedos. É chegada a altura de sentar no chão e deixá-lo brincar livremente.

Brinquedos simples e coloridos, favorecem a imaginação e são os mais apreciados. Jogos de encaixe, legos de peças grandes, bonecas de trapo. Por volta dos cinco anos, surge o “faz-de-conta”, a oscilação entre o mundo interior e o mundo exterior permite o assumir de papeis diferentes e o trabalhar da personalidade.

Fonte: Portal da Criança

Por: Teresa Paula Marques 

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões - Psicóloga
(11) 97273-3448

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Testes Psicológicos




Os testes psicológicos, são instrumentos de avaliação, que somente os psicólogos podem fazer uso.

Denuncie o exercício ilegal da profissão.

Exemplo: Digamos que você está sendo avaliado para algum cargo em processo seletivo, a recepcionista da agência de emprego ou da empresa, jamais poderá aplicar um teste e muito menos corrigi-lo. Caso isto ocorra com você, procure a delegacia mais próxima e denuncie, isto é crime. Se estiver inseguro e desconfiado, solicite o CRP (documento do conselho de classe) da pessoa que está aplicando o teste, entre em contato com o Conselho Regional de Psicologia do seu estado e peça informação sobre o cadastro daquela pessoa, se a mesma não tiver o CRP e nem cadastro no conselho, você pode escolher não ser avaliado e denunciar, pois esta pessoa estará exercendo ilegalmente a profissão.

Por Ana Cláudia Foelkel Simões

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Crianças na Cozinha

A alimentação de crianças que ajudam na cozinha é melhor, segundo estudo
Essa notícia só veio para confirmar minhas suspeitas! Quem tem crianças por perto (filhos, sobrinhos, netos…) muita atenção!
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Alberta, Canadá e publicada na famosa revista Public Health Nutrition aponta como melhor maneira de fazer as crianças consumirem alimentos saudáveis seria aproximando-as da cozinha seja fazendo-as cozinhar ou somente ajudando na preparação de pratos. A pesquisa envolveu estudantes da quinta série de 151 escolas de Alberta para verificar as experiências dos alunos com a escolha de alimentos e o preparo de pratos.
Quem disse que a cozinha não é lugar de criança?  
Yen Li Chu, da Escola da Saúde Pública da Universidade e um dos pesquisadores afirmou:
“Crianças que de fato gostam de frutas e verduras são as que também mais consomem esses alimentos e têm as melhores dietas. Esses dados mostram que estimular as crianças a se envolver na preparação dos alimentos pode ser uma medida efetiva para promover a alimentação saudável”.
Os dados obtidos ao questionar com que frequência ajudavam os pais na cozinha foi:  1/3 ajudavam ao menos uma vez ao dia; 1/3 auxiliava de uma a três vezes por semana;  1/4 afirmou cozinhar somente uma vez por mês e 12,4% não participavam de nenhuma forma no preparo da comida.
O que pôde ser observado foi que, quando questionadas se gostavam de frutas e verduras, no geral, a maioria disse preferir frutas a verduras, mas, dentro do grupo das que ajudavam na cozinha, foi observado que essas gostavam de ambos os grupos alimentares – a preferência por verduras, a propósito, foi 10% superior entres os que cozinhavam. Essas ainda disseram ter consciência da importância de se ter uma alimentação saudável.
Chu então confirma que de fato é importante manter uma relação próxima das crianças com a comida, mas aponta não só os pais como responsáveis por essa relação (apesar de serem os principais responsáveis), mas também a escola. Atividade bem interessante para eles se aproximarem mais dos alimentos e uma forma de ficarem mais com os pais.
As saídas que Chu aponta (que talvez ainda estejam um pouco distantes da realidade escolar brasileira) são:
“Você pode ter aulas de culinária ou clubes de culinária nos colégios que estimulem o consumo de frutas e verduras e ressalte a relevância de se fazer escolhas saudáveis em relação aos alimentos”.
Apesar da pesquisa ter sido realizada com alunos da quinta série, Paul Veugelers (outro dos autores do estudo) diz que teria efeito semelhante com alunos preste a ir para a faculdade. “Para muitos, ir para a universidade é também viver sozinho e ficar responsável pela própria dieta. Há lições para essas pessoas também, para que formem grupos e que se revezem na preparação e na escolha dos alimentos”, recomenda.
Portanto, o que podemos tirar é que é sempre interessante realizar uma aproximação das crianças com os alimentos de uma forma que desde cedo estes tenham uma noção da importância de se alimentar saudável. E depois qual a criança que não gosta de brincar com a comida, hein?
Aí vão algumas sugestões de receitas para preparar com a criançada:
1. Salada de Frutas em Cesta de Melancia Deitada
2. Pãezinhos de Coco
3. Suco Colorido
 Crie você também, uma divertida e saudável alimentação, pra você e crianças. Sem dúvida uma experiência maravilhosa que passará a fazer parte de suas vidas.
Visitem o site Guloso e Saudável, você encontrará muitas dicas para criançada.
Postado por: Dra. Ana Claudia Foelkel Simões
Psicóloga Clínica
(11) 97273-3448 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Calcule o Peso das Crianças

Calcule o IMC de crianças acima de 2 anos 

Muitos pais se preocupam com o peso e a estatura de seu filho. Questionam-se se a massa corporal da criança está de acordo com a idade, se a alimentação está adequada, se é necessário o acompanhamento de um pediatra ou mesmo de um nutricionista. Pensando nisso, separei uma dica que irá ajudá-los com essas dúvidas.
O IMC (Índice de Massa Corporal) é uma ferramenta de triagem útil para avaliar o peso de uma pessoa, em relação à sua altura.
No entanto, é possível alguém ter um IMC elevado, devido ao grande volume de massa muscular, e não pelo excesso de gordura corporal.
Assim, o IMC precisa ser interpretado individualmente para cada criança.
Utilize a calculadora para descobrir o índice de massa corporal de seu filho:
Peso ÷ altura x altura
Por exemplo: Uma menina de 10 anos com peso de 40 Kg e altura de 72 cm
40 Kg ÷ 0,72 m x 0,72 m = 77,16
A conta que faremos é Peso ÷ (Altura²)
O IMC desta menina é: 77,16
Obesidade Grau I, deve-se procurar um médico.
Com as taxas de obesidade infantil e de adolescente subindo, o acompanhamento do IMC Infantil a partir de uma idade precoce ajuda os médicos a intervirem a tempo de fazer um impacto positivo sobre a saúde de seu filho. Por isso, é comum que o pediatra calcule o IMC da criança/adolescente a cada ano, geralmente, com o início na infância.
Valores de referência
IMC Baixo para idadeIMC adequado ou EutróficoSobrepesoObesidade
< Percentil 3≥ Percentil 3 e < Percentil 85≥ Percentil 85 e < Percentil 97≥ Percentil 9
Referência:
Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, organizadores. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseada em evidências. 3a Ed. Porto Alegre: Artmed Editora; 2004.
Fonte: Portal Telessaúde Brasil e BVS APS
Uma iniciativa do Ministério da Saúde e BIREME/OPAS/OMS em parceria com as instituições do Programa Nacional Telessaúde
Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões - Psicóloga
Vivo (11) 97273-3448 e Tim (11) 96829-7684

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bullying

É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.

Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder. 


O bullying se divide em duas categorias:
a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos, e; 
b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Fonte: Brasil Escola

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Dislalia

O que é Dislalia ? - Um distúrbio na fala. 

O personagem de Maurício de Sousa, o Cebolinha, conhecido por trocar a letra “R” por “L”, além de roubar o coelhinho da Mônica. Esse é um caso clássico de Dislalia, um distúrbio de fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras e pela má pronunciação, seja omitindo, acrescentando, trocando ou distorcendo os fonemas. 
Podemos citar alguns casos: a troca de “bola” por “póla”; de “porta” por “poita”; de “preto” por “peto”; de “tomei” por “omei”; de “barata” por “balata”; de “atlântico” por “atelântico”. 
Outro exemplo comum envolve a pronuncia do “K” e do “G”: “ato” ao invés de “gato”; “ma a o” no lugar de “macaco”. 

As trocas mais comuns são:
- P por B;
- F por V;
- T por D;
- R por L;
- F por S;
- J por Z;
- X por S.
Até os quatro anos, o erro em pronunciar as palavras é considerado normal, mas, após essa idade, continuar falando mal pode acarretar sérios problemas, inclusive na escrita. Uma opção é fazer o trabalho preventivo à alfabetização, evitando dificuldades escolares. Possivelmente ocorra a estimulação do distúrbio caso a criança use chupeta, mame mamadeira ou chupe dedo por tempo prolongado, causando flacidez muscular e postura indevida da língua.
Vale ressaltar algumas dicas para não ajudar a desenvolver esse distúrbio. Em muitos casos, os tios, avós, pais, enfim, acham graça quando a criança fala de forma errada como “biito” (bonito), “tebisão” (televisão), “Tota-Tola” (Coca-cola)… Mas é importante não achar fofo e sempre corrigi-la. Falar certo diante da criança, para que ela cresça sabendo e se habituando ao correto. O professor deve articular bem a palavra, fazendo com que os fonemas estejam claros. Ao perceber em sala de aula que um determinado aluno não está pronunciando bem, deve procurar os pais e comunicá-los. E, como a fala é um ato motor elaborado, troque informações com os professores de educação física, que observam melhor o desenvolvimento psicomotor do aluno. O professor deve tomar muito cuidado na hora da correção, para o aluno não se sentir inferiorizado, por isso a necessidade e importância do fonoaudiólogo no tratamento. 
Dislalia está subdividida em quatro tipos:
-  Evolutiva: considerada normal em crianças e corrigida gradativamente durante o desenvolvimento;
- Funcional: quando ocorre a substituição ou eliminação das letras durante a fala e/ou distorção do som;
- Audiógena: acontece em indivíduos com deficiência auditiva, pois não consegue imitar os sons.
- Orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, o que impossibilita a pronuncia correta, ou quando há alteração na boca.
Cada caso exige um procedimento particular para o tratamento da dislalia, mas o trabalho do fonoaudiólogo sobre a falha e dificuldade é indiscutível.  A criança será trabalhada e estimulada para desenvolver algumas competências como a sensação e a capacidade de sentir os sons; percepção, ou seja, a aptidão para reconhecer o som; e a elaboração, que é a capacidade de reflexão sobre os sons percebidos. A partir daí, falamos da autoconfiança, bom relacionamento, crescimento pessoal… Acredite! A dislalia tem tratamento, e, para isso, uma equipe interdisciplinar de profissionais baseado em psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo entre outros, tem muita importância para o resultado positivo.
Fonte: www.centropsicopedagocicoapoio.com.br
Postado por: Ana Claudia Foelkel Simões

Dislexia em Adultos

EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS: 


Fala-se muito mais sobre dislexia hoje que há alguns poucos anos. 
O conhecimento atual evoluiu, sobretudo com as descobertas das neurociências sobre como se dá a aquisição da leitura e escrita e sobre as funções cerebrais durante a leitura. Através das neuroimagens, hoje sabemos como se processam as rotas neurais do disléxico.
Durante a leitura e no que se diferenciam do leitor comum. Os dados clínicos que dispomos sobre o disléxico, acompanhados da infância até a idade adulta, demonstram um quadro de evolução dos sinais da dislexia ao longo da vida do portador. Essa evolução ocorre porque embora alguns déficits fonológicos e visuais permaneçam, o disléxico é dotado de inteligência normal ou superior - e frequentemente desenvolve estratégias compensatórias em seu processo de aprendizagem, ainda que lide com algumas limitações.


Um adulto inteligente com dificuldades de leitura convive com uma discrepância bastante significativa entre sua potencialidade e esforço, em detrimento dos resultados escolares obtidos ao longo de sua vida acadêmica, além de prejuízos em sua formação como um todo, decorrendo em sérios comprometimentos em sua vida pessoal, emociona e profissional.
Um quadro de dislexia no adulto costuma ser identificado através da anamnese. Sua história denota sinais indicadores do transtorno desde a fase pré- escolar, tais como atraso na aquisição da fala, trocas orais e/ou migrações de letras não esperadas pela faixa etária. Também são comuns dificuldades para nomear objetos, vocabulário pobre, dificuldade para aprender brincadeiras e cantigas infantis, principalmente quando evolvem rimas e aliterações.
É comum entre as crianças disléxicas o uso que fazem de palavras substitutas ou imprecisas, bem como confusão no uso de palavras que indicam direcionamento (dentro, fora, etc.). Apresentam-se, por outro lado, extremamente inteligentes, criativos e com aptidão para desmontar e construir brinquedos. Outro dado fundamental a ser rastreado é se os antecedentes familiares deflagraram dificuldades escolares ao longo de suas vidas acadêmicas, uma vez que já está comprovada a influência genética do distúrbio.
Na fase escolar, da primeira à quinta série, observam-se sinais mais claros e sugestivos da dislexia, como lentidão para aprender a ler ou mesmo dificuldades para acompanhar o início da escrita. Eles denotam dificuldades para memorizar o traçado das letras, não conseguem relacioná-las a contento com suas representações sonoras, decorrendo em trocas visuais (a/e/o, m/n/w, d/b, q/g) e auditivas (f/v, d/t, ch/j, b/p), em migrações de letras ou sílabas (“secada”/escada) não esperadas pela idade e série. 
Apresentam dificuldades para soletrar as palavras e demonstram dificuldade acentuada para perceber a sílaba tônica das mesmas. Nota-se o esforço para a leitura da palavra isolada e principalmente de pseudopalavras (palavras inventadas), a pronúncia dificultosa de partes das palavras, bem como dificuldade para decorar as pronúncias e os significados de palavras novas ou não frequentes, o que os obriga à exaustiva repetição para decodificar e acessar o som e o significado das palavras.
Como se vê, há um padrão de evidências básicas que denotam deficiências no déficit fonológico, além de questões de ineficiências relativas aos aspectos do processamento visual, que são fundamentais para a aquisição das habilidades da leitura e escrita. Esse padrão pontuado pelo portador da dislexia no decorrer de sua vida acaba se evidenciando ao longo das avaliações fonoaudiológica, psicopedagógica e neuropsicológica. Devemos ter em mente, entretanto que todo indivíduo possui suas especificidades, o que também se aplica aos seus processos individuais de aprendizagem.
Os sinais se modificam a partir da sexta série, na medida em que o aluno tendo a automatizar a decodificação da leitura e a codificação da escrita, mas sempre de forma mais custosa e lenta que seus colegas. A ineficiência na leitura neste período é mais evidente no quesito compreensão: o disléxico se queixa de não entender o que lê, apresentando dificuldades para acompanhar sua classe, por lhe faltarem as ferramentas básicas para edificar sua educação formal, para desenvolver suas competências cognitivas.


A partir daí, o processo tende a se agravar continuamente, em um círculo vicioso. Como não possui o hábito de ler, sobretudo pela dificuldade de compreensão, seu vocabulário tende a ser escasso, seu arquivo pessoal de conhecimentos pobre e o portador de dislexia se limita cada vez mais à produção de textos, em um esforço natural para evitar o confronto com suas dificuldades e as críticas de pais, colegas e professores.
O adulto disléxico, do ensino médio até os bancos universitários, continuará desempenhando uma leitura mais lenta como sintoma principal, denotando uma automatização sim, mas não suficiente para a demanda da sua faixa etária e acadêmica. Apresentará real dificuldade para compreender o conteúdo lido, necessitando de várias leituras do mesmo texto ou que leiam para ele para entendê-lo.
A leitura oral tende a adquirir mais fluência, embora com entonação deficitária, sobretudo na prosódia e nas modulações. Apresentam pausas pela decodificação de palavras menos usuais, muito embora, exceto casos mais graves, já não se evidenciem as trocas severas da infância e adolescência. Hoje se sabe que o adulto disléxico não adquire a estratégia do “bom leitor”: a leitura interativa, que se apoia no significado do conteúdo expresso que o possibilitaria ler fazendo antecipações e verificações de hipóteses, dispondo de autorregulação mediada.
A lentidão decorre do fato de não ter o processo automatizado e por utilizar rotas neurais diferentes do leitor comum, que demandam tempo e esforço maior para atingir o mesmo objetivo. A compreensão normalmente ocorre pela ineficiência da leitura oral ou pelos problemas secundários adquiridos pela própria falta do hábito de leitura: a pobreza de vocabulário, pouco arquivo pessoal e pela ineficiente evolução do raciocínio crítico e interpretativo.
Na escrita, o disléxico adulto demonstra aquisição do código, mas possui dificuldades para se expressar adequadamente através desse código. Redigir é uma tarefa árdua, em que se sobressaem deficiência na utilização da linguagem formal que a vida adulta exige, tais como textos exíguos e muitas vezes pueris. O manejo formal é insatisfatório, não há alinhamento de margens, paragrafação e pontuação adequada. A ortografia é deficiente ao grafar palavras menos frequentes e que requerem múltiplas associações, apresentando trocas pedagógicas como s/c/ ss; c/ç; s/sc; ch/x; j/g etc.
Este é o panorama do quadro do disléxico adulto. Ele contará sobre um histórico de leitura e escrita sempre árduo e deficiente, sobre dificuldades escolares que vão se acumulando ao longo de sua vida, sobre aulas particulares que não supriram suas deficiências. Contará sobre resultados insatisfatórios em relação ao seu potencial e esforço, sobre recuperações, mudanças de escola, repetições de ano e até mesmo a evasão escolar.
É cotidiano, o relato dos adultos sobre suas frustrações nos bancos escolares. Sobre quantas vezes o disléxico se escondeu para o professor não chamá-lo a ler em voz alta na classe. Sensibilizamo-nos ao saber das experiências traumatizantes pelas quais passaram e ainda passam, não apenas na escola, mas também família e sociedade. O “bullying” e a identidade frágil que constrói a partir do olhar do outro.
Renato, 29 anos, portador de dislexia severa, conta que passou por diversos profissionais, pois manifestava desde o início de seu processo escolar dificuldades para ser alfabetizado, mas nunca foi aventada a hipótese de dislexia. Somente aos 27 anos veio saber o nome do seu problema. Descreve que sofreu muito e que conseguiu com muita ajuda e dificuldade, depois de várias recuperações e reprovações, concluir o ensino fundamental. A seguir, depois de muitas tentativas frustradas, tratamentos inadequados e mudanças de escola abandonaram os estudos no início do ensino médio – muito embora fosse plenamente capacitado para graduação e para dar continuidade a sua vida acadêmica.
Assim, os disléxicos adultos acabam por desenvolver problemas secundários muito mais graves que a própria dislexia. São privados de ampliarem seu potencial, de obterem formação acadêmica, caso fossem tratados através de intervenção psicopedagógica e beneficiados com métodos adequados na escola. Esta situação ainda ocorre em nossa sociedade, apesar de todo o conhecimento de que dispomos.
Ainda hoje, os testes de linguagem, de leitura e de escrita, utilizados para a avaliação da dislexia nem sempre respeitam a evolução dos sinais indicativos e, consequentemente, podem falhar no diagnóstico do adulto. A maioria das avaliações é realizada através de testes para crianças, que não dispõe de recursos para a perfeita identificação das dificuldades que os jovens e adultos apresentam.
Além disto, os profissionais nem sempre identificam as habilidades manifestas dos adultos disléxicos, tais como sua capacidade criativa e sua possibilidade em áreas que utilizam raciocínio lógico, tais como ciências exatas, desenho, fotografia, propaganda e marketing, informática, paisagismo, dentre tantas outras aptidões.
Não identificar as habilidades dos jovens disléxicos decorrerá em limitações e impedimentos em sua orientação vocacional, em seu preparo acadêmico e na busca de seu caminho para atuar no mercado de trabalho e na sociedade, sem dizer dos prejuízos emocionais que farão parte de toda a sua existência.

Fonte: www.abcdislexia.com.br

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões



quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mutismo Seletivo

A criança que não fala com os outros, só em casa. 
Crianças muito quietas, que na escola falam pouco com os colegas e têm dificuldade para responder às perguntas do professor, costumam ser classificadas de tímidas. As crianças com esse perfil podem, na verdade, sofrer de um distúrbio de fundo emocional: o mutismo seletivo. Em casa essas crianças conversam normalmente com os pais e brincam com os irmãos, entretanto, quando um adulto de fora do círculo familiar ou outra criança estranha lhes dirige a palavra, elas permanecem mudas.
As complicações e dificuldades geradas pelo mutismo seletivo são muitas. Às vezes essas crianças não conseguem nem pedir para ir ao banheiro na escola. Segundo divulgado pela revista Veja (edição de 10 de maio de 2006), até há pouco tempo pensava-se que esse distúrbio atingia uma em cada 1 000 crianças, mas recentemente, um estudo desenvolvido pela American Academy of Child and Adolescent Psychiatry mostrou que essa proporção é de sete para 1 000, o que torna o mutismo seletivo duas vezes mais frequente do que o autismo.
No Brasil são raros estudos sobre mutismo seletivo, assim como profissionais especializados para o diagnostico precoce e tratamento deste transtorno. Trata-se de uma situação caracterizada pela recusa da criança em falar em determinados locais, principalmente locais públicos ou diante de pessoas que não seja de sua intimidade, como por exemplo, na escola, na presença de pessoas estranhas, no ambiente social.
Por definição, o mutismo seletivo é um transtorno, encontrado em crianças e caracterizado por uma contínua recusa em falar em algumas situações sociais maiores. Os primeiros relatos datam do século IX, porém existem poucas pesquisas sobre seu tratamento e etiologia. O quadro foi descrito em 1877 por Kussmaul como uma afasia voluntária em pessoas que não falavam em algumas situações, mesmo não tendo nenhum problema na comunicação oral.
Em 1934, Tramer usou o termo mutismo eletivo para crianças que somente se comunicavam em determinadas situações e com pessoas específicas, mas não falavam na maior parte das situações sociais. Com o passar do tempo, e com uma maior compreensão do quadro, o mutismo seletivo foi reconhecido como uma desordem da infância.
Os primeiros sintomas de mutismo seletivo são geralmente percebidos entre um a três anos de idade e incluem timidez, relutância para falar em algumas situações e um das pessoas estranhas. Esses sintomas ficam óbvios quando a criança é convocada a responder e/ou interagir em situações sociais, inclusive o pré-escolar, na escola elementar e nos ambientes sociais.
Epidemiologia
A prevalência encontrada é de 0,3 a 0,8 em 1.000 crianças. É mais prevalente em meninas. Pela baixa prevalência pode ser encontrado em menos de 1% da população psiquiátrica. Já o mutismo transitório, que acontece quando a criança entra na escola atinge 7 em cada mil crianças. 
Etiologia
Atualmente existem muitas críticas quanto ao uso do termo “mutismo seletivo”, pois passa a falsa ideia que a criança escolhe propositalmente não falar, enquanto, na verdade, não se sente segura para se comunicar em determinados espaços e situações.
O mutismo seletivo tem causa obscura e, até o momento, parece ter origem multifatorial. Acredita-se que a influência dos fatores ambientais e situações interpessoais sejam de grande peso para o desenvolvimento do mutismo seletivo. Ele pode ser deflagrado por uma experiência negativa pela qual a criança passou - uma violência física ou verbal, ou uma grande decepção.

A genética também tem um peso importante: estatísticas mostram que muitas crianças afetadas pelo transtorno têm um parente próximo com histórico de transtornos emocionais e a patologia é mais encontrada nos filhos de pais tímidos ou distantes.
A influência do comportamento dos pais nos relacionamentos com outras pessoas, bem como suas alterações de humor podem dar à criança impressões problemáticas sobre o relacionamento humano, gerando certa ansiedade fóbica social. A própria personalidade da criança pode favorecer aparecimento do transtorno.
Em alguns casos o mutismo seletivo ocorre após algum trauma, como morte, início escolar, sequestro, violência. Todos de alguma maneira relacionados à separação do cuidador da criança, sendo considerado um tipo de transtorno fóbico.
É importante lembrar que as crianças com mutismo seletivo após imigração para país com outra língua não pode recebe esse diagnóstico, já que o fato pode ocorrer em resposta ao isolamento social que a língua estrangeira proporciona e mesmo, principalmente, pelo choque cultural.

 O DSM-IV define o mutismo seletivo levando em consideração os seguintes itens
A. Não falar em situações sociais específicas (onde há expectativa para que fale, ex. escola), apesar de falar em outras situações

B. Interfere no desempenho escolar ou ocupacional ou na comunicação social

C. Duração mínima de 1 mês (não limitado ao 1º mês de escola)

D. O fato de não falar não é devido à falta de conhecimento ou o se sentir à vontade com a língua falada na situação social (ex. criança que mora em um país e se muda para outro com cultura totalmente diferente)

E. Não é devido a um Transtorno de comunicação (ex. gagueira) e não ocorre durante uma psicose

Aspectos clínicos e diagnósticos
As crianças com mutismo seletivo são capazes de compreender, falar e produzir linguagem em ambientes limitados, ou seja, em casa pode se comunicar normalmente como também falar ao telefone com colegas. Esses fatores fazem parte da manifestação mais comum do quadro: não falar na escola e com adultos fora de casa. De qualquer maneira essas crianças estão interessadas em se comunicar, seja com gestos, olhares ou sinais, ao contrário de boa parte das crianças com diagnóstico de autismo.

Alguns comportamentos podem estar associados ao mutismo seletivo, como por exemplo, dificuldade de olhar olho no olho, expressão facial pouco expressiva, certa imobilidade psicomotora fora do ambiente familiar. Entretanto, o paciente mutista seletivo pode remexer-se nervoso quando em situações sociais mais ansiosas. Alguns pacientes podem retrair-se quando algum adulto tenta se aproximar, ou quando fisicamente tocados podem exibir formas diferentes de linguagem corporal.
Outras características comportamentais podem estar associadas ao mutismo seletivo: timidez excessiva, dependência dos pais, acessos de birra, agressividade, isolamento social, tristeza, excessiva rigidez e perfeccionismo, além da evitação do contato olho no olho já comentado.
As características comportamentais do núcleo familiar mais observadas em casos de mutismo seletivo seriam comportamento de superproteção familiar, conflitos psicológicos não resolvidos, traumas anteriores envolvendo perda por mortes, separação, etc, pouco envolvimento paterno, excessiva dependência dos pais pelo fato de não falar. Entretanto, tais características resultam de poucas pesquisas realizadas e não devem ainda serem tidas como condições absolutas.
Alguns pontos que devem ser entendidos em relação ao mutismo seletivo:
 • Estas crianças entendem o idioma falado e têm a habilidade para falar normalmente, 
• Em casos típicos, eles falam com os pais e selecionam outras pessoas com as quais irão manter contato verbal, 
• Às vezes, eles não falam com certos indivíduos do circulo familiar, 
• A maioria não pode falar na escola, e em outras situações longe do convívio familiar, 
• A maioria aprende, sem maiores problemas, aquilo que é adequado para sua idade escolar, 
• Muitos participam de atividades não verbais, especialmente em locais onde tem dificuldade em verbalizar, 
• O comportamento retraído não é geralmente óbvio até que a criança comece frequentar a escola, 
• Estas crianças podem responder, ou fazer suas necessidades conhecidas, acenando com a cabeça, apontando, ou permanecendo imóveis até que alguém "adivinhe" o que eles querem, 
• A maioria destas crianças expressa um grande desejo para falar em todas as situações, mas é incapaz devido à ansiedade, medo, timidez e embaraço, 
• Às vezes, a criança é vista como tímida e é suposto que a timidez é temporária e será superada.
Diagnóstico diferencial
Nenhuma dessas condições apresenta o padrão característico do mutismo seletivo :
-Retardo Mental
-Transtornos invasivos do desenvolvimento (ex. Autismo, Síndrome de Asperger)
-Transtornos de expressão da linguagem
-Fobia social
-Depressão
-Transtorno de ajustamento
-Condições orgânicas (drogas, transtornos neurológicos)

Curso e prognóstico
O início ocorre entre 3 e 8 anos e pode ser insidioso ou abrupto após um trauma. A duração é variável podendo se arrastar por meses ou anos. O pior prognóstico é visto em pacientes com início tardio.
Em geral o mutismo seletivo não está associado com a dificuldade de aprendizagem, consequentemente, programas da instrução especial devem ser considerados cautelosamente. Por outro lado, no país não há nenhum programa de instrução especial nas escolas públicas disponíveis para estas crianças. Quando indicados, programas individuais precisariam ser projetados individualmente.
A maioria dos programas pode ser implementada dentro dos ambientes de educação regular. Outros podem requerer a coordenação entre a instrução regular e especial, ou a equipe de funcionários da escola, dependendo do nível de habilidade e dos recursos disponíveis dentro do distrito da escola.
Os profissionais pedagógicos e professores necessitam modificar suas estratégias típicas da avaliação ao trabalhar com estas crianças. Pelo fato delas não podem verbalizar, as avaliações não refletirão os verdadeiros níveis do QI, ou do potencial intelectual. Para que essas crianças não sejam colocadas em níveis educacionais impróprios, os avaliadores necessitam ser cautelosos.
Tratamento
Não existem muitas referências e orientações para o tratamento do mutismo seletivo. Talvez pelo fato da criança com mutismo seletivo não perturbar ninguém e passar por quietinha, ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo mundo, seu tratamento tem sido protelado e sua importância tem sido minimizada.
As modificações comportamentais são as medidas mais promissoras. A psicoterapia e terapia da fala também são importantes, já a psicofarmacologia é bastante restrita nesses casos, muitas vezes atuando somente em outros estados emocionais associados, sejam como comorbidade, sejam consequências da discriminação, da autoestima, etc.

Fonte: www.psiqweb.med.br
Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões